O fim dos cookies de terceiros já não é apenas um rumor — é uma realidade que está a redefinir o marketing digital. Grandes navegadores como o Chrome estão a bloquear esses rastreadores, e plataformas de anúncios estão a reagir com novas ferramentas de privacidade e segmentação. Mas o que isso significa para a sua estratégia de tráfego pago?
Empresas e agências que dependiam fortemente de segmentações baseadas em cookies estão agora a repensar toda a jornada do utilizador. Neste artigo, vamos explorar as alternativas, como o uso de first-party data, a integração com CRM, e o papel crescente da IA.
O Que Está a Mudar com o Fim dos Cookies
Cookies de terceiros eram essenciais para rastrear o comportamento dos utilizadores em diferentes sites, o que facilitava a personalização de anúncios e a medição de conversões. Com seu fim, as plataformas de anúncios perdem uma parte considerável da visibilidade sobre o percurso do cliente fora dos seus domínios.
Para as agências de tráfego pago, isso representa um desafio técnico, mas também uma oportunidade de inovação.
A Importância do First-Party Data
Os dados primários (first-party data) — como e-mails, comportamento no site, histórico de compras e interações em redes sociais — tornam-se agora o ativo mais valioso. As empresas estão a investir em gestão de redes sociais e sistemas de CRM integrados, recolhendo dados diretamente dos seus próprios canais.
Campanhas de tráfego pago no Instagram, por exemplo, podem ser personalizadas com base nas interações dos seguidores da marca, sem depender de cookies externos.
Soluções das Plataformas: Google e Meta na Liderança
O Google está a implementar a Privacy Sandbox, enquanto a Meta desenvolve ferramentas de conversão aprimorada e API de eventos. Ambas as soluções ajudam a compensar a perda dos cookies com dados mais robustos e confiáveis.
Esses novos modelos exigem que as agências de marketing digital colaborem diretamente com as equipas de TI e privacidade dos clientes para garantir conformidade com RGPD e outras legislações.
IA e Machine Learning na Segmentação
Com menos dados disponíveis de fontes externas, a inteligência artificial ganha ainda mais protagonismo. Plataformas como o Google Ads estão a usar IA para criar públicos preditivos, baseados em comportamentos similares, mesmo sem cookies.
O papel do gestor de tráfego muda: ele precisa agora interpretar sinais indiretos, usar testes A/B com maior rigor, e aliar-se a modelos preditivos para prever intenções de compra.
Integração com Sites e CRMs
A criação de sites profissionais tornou-se ainda mais estratégica. Sites otimizados para coleta de dados, com formulários eficazes, eventos de conversão configurados e integração com ferramentas como HubSpot, Salesforce ou Mailchimp, são agora peças-chave na performance de campanhas.
Para os clientes da sua agência de marketing, isso pode representar não apenas uma mudança técnica, mas uma nova forma de entender a relação com o público.
Planos Social Media: Mais Qualidade, Menos Volume
Com menos rastreio, a qualidade da mensagem torna-se vital. Os planos e preços de redes sociais devem incluir estratégias de conteúdo mais centradas no engajamento, storytelling e personalização com base nos dados coletados internamente.
A segmentação contextual, o retargeting com base em visualizações de vídeo, e as campanhas lookalike com dados primários tornam-se essenciais para manter o alcance e conversão.
O fim dos cookies de terceiros é um desafio inevitável — mas também um convite à inovação. Investir em dados próprios, IA e estratégias integradas entre CRM, redes sociais e plataformas de anúncios é o caminho mais sólido para manter e até melhorar a performance das campanhas de tráfego pago.
Marcas que se anteciparem a essa nova realidade estarão um passo à frente da concorrência.